a quem me disser o nome do autor deste pedaço viciante de poesia, publicado num fanzine dos anos 80 (transcrito com erros e tudo):
ORDEM DO DIA & CAOS NOCTURNO "DUAS COBRAS NO TRIBUNAL DUAS MULHERES TREMEM ENQUANTO OS RÉPTEIS COSPEM VENENO EM PLENA AUDIÊNCIA" Malcom Lowry de noite... eh pá, vamos beber um copo? já não bebo um copo contigo há muitas luas. por onde é que tens andado, que eu nunca te vi na vida? depois podemos afastar os móveis, há cerveja no frigorífico, o gato chama-se silvério & eu beijo-te o sovaco e a boca. as plantas respiram o mar. campaínha: são duas cobras. vendem manuais para encantadores de serpentes. as vizinhas compram tudo, eu fecho a porta. ad usum, as laranjas. há cerveja no fri... a televisão acendeu-se sozinha? - sapateado alentejano = espaço (lentamente). o silvério desligou-a e pôs um disco de free-jazz medieval. sou um tímido: com os ombros repletos de penhascos. tenho que usar um shampoo contra esta chatice! o dia esteve cheio de aviões desviados, julgamentos de ácidos, atentados ao murro, prémios do totoloto, vinho verde & açúcar amarelo. não gosto deste carnaval. & os semáforos. vamos beber? já não bebo um copo contigo há muitas luas. por onde é que tens andado, que eu nunca te vi na vida?
Sou tão enthusiasta pelos caminhos de ferro, que, se fosse possível, obrigava todo o paíz a viajar de comboio durante 6 meses (Fontes Pereira de Mello)