Jogos sem Fronteiras
Eram bons esses verões. Depois de infrutíferas caçadas aos pássaros pela sombra e pelo calor dos olivais, onde só se ouviam as cigarras e um ou outro galho a mexer-se nas muitas camas da sesta, tomávamos banho na pia dos bois, comíamos na cozinha que dava para a nespereira, esperávamos ansiosos que a avó Beatriz devorasse o seu telejornal e, depois, éramos os meninos felizes que fomos.
Era a época dos Jogos sem Fronteiras. Imperdível. A preto-e-branco primeiro, mais tarde com outras cores. Conhecíamos os árbitros como amigos de sempre, o Guido Pancaldi e o Gennaro Olivieri, que falavam um pouco mal todas as línguas dos participantes.
A meio do serão chegava uma prima nossa, que constantemente adormecia a fazer renda e acordava, sobressaltada, sempre que o apito do Guido ou do Gennaro dava início a mais um jogo. Uma noite sobressaltou-se mesmo, porque um crocodilo tinha entrado na piscina do jogo atrás de um par de concorrentes, crendo que era verdadeiro.
A inocência. A emoção das apostas do Joker. As somas finais. No fim uma grande caneca de leite e tudo para a cama menos a prima que já tinha dormido tudo e falava, falava, (ouvíamos da cama!) noite dentro sobre cabras e os horários de água para regar. Na manhã seguinte haveria pássaros e caminhos. E carinhos. Eram bons esses verões.
Era a época dos Jogos sem Fronteiras. Imperdível. A preto-e-branco primeiro, mais tarde com outras cores. Conhecíamos os árbitros como amigos de sempre, o Guido Pancaldi e o Gennaro Olivieri, que falavam um pouco mal todas as línguas dos participantes.
A meio do serão chegava uma prima nossa, que constantemente adormecia a fazer renda e acordava, sobressaltada, sempre que o apito do Guido ou do Gennaro dava início a mais um jogo. Uma noite sobressaltou-se mesmo, porque um crocodilo tinha entrado na piscina do jogo atrás de um par de concorrentes, crendo que era verdadeiro.
A inocência. A emoção das apostas do Joker. As somas finais. No fim uma grande caneca de leite e tudo para a cama menos a prima que já tinha dormido tudo e falava, falava, (ouvíamos da cama!) noite dentro sobre cabras e os horários de água para regar. Na manhã seguinte haveria pássaros e caminhos. E carinhos. Eram bons esses verões.
4 Comments:
havia qualquer coisa de mágico nos jsf, também não perdia
Lembro-me também!...não os vivia assim com tanta emoção porque não ligava muito à TV, mas "brincava a eles"...a imitar os desafios com o material disponível: as garrafas, vassouras, jornal, farinha...e tudo o que desesperava as nossas mães! E o texto é belo na sua imensa nostalgia.
~CC~
eheheheh, a sério que te lembravas dos nomes? ou foste procurar? lol
Como todos, tenho uma memória um pouco diferente dos contornos dessas noites de JSF. Mas partilho duma certa nostalgia e até de alguma simpatia por esses esforçados concorrentes que nos representavam (sempre achei curioso serem quase sempre professores de educação física e nunca cheguei a perceber se também sucedia o mesmo com os representantes dos outros países!).
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