domingo, julho 08, 2007

festas de anos I


quando eu andava na escola primária, as festas de anos eram feitas em casa. convidava uma mão cheia de amigas (porque a minha primária, embora interrompida a meio pelo 25 Abril, foi sempre numa turma só de meninas) que no dia aprazado chegavam com as suas prendas (livros da Anita, dominós e caixas de costura) para uma tarde inteira de uma brincadeira que se tornava mais divertida à medida que se aproximava a hora do fim da festa. caçadinhas, escondidinhas, cowboyadas e quarto-escuro, com a participação desenjoativa dos meus irmãos e de 1 ou 2 vizinhos rapazes, eram um must. para o lanche havia invariavelmente sumos Alsa, bicos de pato com salsicha ou fiambre e um bolo feito pela mãe, com as velas necessárias. convidava um núcleo de amigas consistente ao longo dos anos, acrescido de algumas que futuavam ano após ano, ao sabor de diferentes circunstâncias e simpatias.

o reverso também se verificava: era convidada ano após ano para a festa de meia dúzia de amigas (algumas das quais esperava ansiosamente) e, esporadicamente, para festas de primeira vez. lembro-me de frequentar vários tipos de casas (umas mais abastadas, outras mais próximas da minha, outras ainda visivelmente mais pobres), de acordo com a heterogeneidade de uma escola pública de um lugarejo junto ao mar e a uma grande cidade. em cada casa, em cada festa, um fascínio diferente: os brinquedos de uma, o quintal imenso de outra, ainda a escadaria de outra, e, inesquecível, o muro baixo de uma, a dar para um pinhal de areia, rente às dunas para onde nos escapávamos a seguir ao lanche.

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