sonho recorrente II
ainda acontece
continua a acontecer
a espaços
reencontrar-te de noite
por acaso
descobrir-me ao teu lado
e
ao fim de tantos anos
tanta vida decorrida
tanto caminho escolhido
numa direcção diferente
da tua e daquilo
que foi o nosso tempo
ao fim de tudo
a sensação surge exacta
perfeita
no mesmo preciso local
da alma
do coração
do peito
do pescoço
a sensação de um conhecimento absoluto
da confiança sem guardas de
nos encostarmos um ao outro e tudo
em nós
- os dois -
tudo, os braços, os ombros,
as mãos, as costas,
o ar que respiramos
tudo em nós
- menos a boca -
diz: que bom ainda estares aí
e não ser preciso dizer
nada
continua a acontecer
a espaços
reencontrar-te de noite
por acaso
descobrir-me ao teu lado
e
ao fim de tantos anos
tanta vida decorrida
tanto caminho escolhido
numa direcção diferente
da tua e daquilo
que foi o nosso tempo
ao fim de tudo
a sensação surge exacta
perfeita
no mesmo preciso local
da alma
do coração
do peito
do pescoço
a sensação de um conhecimento absoluto
da confiança sem guardas de
nos encostarmos um ao outro e tudo
em nós
- os dois -
tudo, os braços, os ombros,
as mãos, as costas,
o ar que respiramos
tudo em nós
- menos a boca -
diz: que bom ainda estares aí
e não ser preciso dizer
nada
revisita-me este sonho
há tantos anos
este conforto inominável que
é ter-te tido e isso ser
ainda ter-te em algum lugar
teres-me assim
sem jamais me tocares
revisita-me este sonho e
contamina-me o dia
envolve-me a alma
uma camada de ar quente
cobre-me a pele - impura -
todo o dia, beliscando-me
amiúde pela manhã
e começando a esfumar-se a
diluir-se pela tarde
para chegar à noite
outra vez quase sozinha
outra vez sem saber como
éramos como fomos
há tantos anos
este conforto inominável que
é ter-te tido e isso ser
ainda ter-te em algum lugar
teres-me assim
sem jamais me tocares
revisita-me este sonho e
contamina-me o dia
envolve-me a alma
uma camada de ar quente
cobre-me a pele - impura -
todo o dia, beliscando-me
amiúde pela manhã
e começando a esfumar-se a
diluir-se pela tarde
para chegar à noite
outra vez quase sozinha
outra vez sem saber como
éramos como fomos
1 Comments:
Que bom que ainda acontece...
belíssimo!
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