quinta-feira, setembro 28, 2006

vida de (continuação)



a vida de cão de que tem sido feita a minha ausência tem um lado bom: o do desafio, o do crescimento, o do esforço que nos deixa entrever (e participar em) um mundo melhor, cheio de pessoas maiores do que nós, monstros da comunicação, da criatividade, integridade e humanismo. venho de dias assim dentro da minha área profissional e sinto-me como quem tenha conhecido um novo Homem, insuflada de optimismo e de energia.

mas esta vida tem tido um lado menos bom: o do imobilismo e da desonestidade, o da burocracia usada como escudo contra a actividade (pessoas que se dão a um imenso trabalho só para não fazerem coisa nenhuma), o da impotência e o do medo também. é o mundo da escola onde inscrevi os meus filhos, iludida com um ideal de ensino público que havia no meu imaginário: filha de professora primária e eu própria estudante exclusiva do ensino público. esse ideal foi corroborado pelo infantário dessa mesma escola mas prontamente demolido com a entrada no primeiro ciclo do meu filho mais velho.

tenho caminhado assim, em sobressalto, numa raiva contida (canina, quase) mas sem resistir a agir, a exigir e, por fim, a denunciar, restando-me agora um medo (de mãe leoa) de que a minha cria seja de alguma forma penalizada.


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1 Comments:

At 11:08 da tarde, Blogger Gabbiano said...

Eu tinha o mesmo ideal, mas intui que segui-lo seria arruiná-lo.Por isso,preservei o ideal e, conformada e previdente, enfiei as crias no colégio. Perfeito? Muito longe. Mas hoje, infelizmente, acredito que elas estão melhor lá. E eu mais tranquila.

 

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