mudar a linha
Mudei a linha. Tinha a janela do lado esquerdo para ver chover na oblíqua. Trouxe tudo, mudei o lugar na casa, instalei o portátil no quarto onde se guardam os livros das crianças e onde a janela fica agora do lado direito, ligeiramente pelas costas da chuva. Tenho uma parede nova e um globo mesmo ao lado. Gira, gira e o mundo está aqui tão táctil para distraidamente o mover. Se isto faz viagens, ainda não sei. Como nele posso fazer a chuva da janela, ainda menos. Mas que relembro a geografia, aí isso sim. Que posso reaver memórias de lugares, cheiros e imagens...sem dúvida. Que daqui posso imaginar comboios a atravessarem furiosos pelo mundo, posso. Vou confundir-lhes o fumo com o do cigarro pousado na mão. Se temos direito a crónicas de viagens... mantém-se uma incógnita.
Não ando feita de palavras. Não estou com a temperatura exacta para a condensação das mesmas. São como ventos ou pequenas aragens... fogem depressa e volatizam-se num instante. Não tenho nada para dizer... e o pretexto foi hoje este mudar de lugar, a outra parede de que nunca falei e o globo aqui posto, mesmo ao lado.
1 Comments:
Roda o globo com força como fazíamos na primária. Para-o com o dedo. Diz-me do local. Beberemos aí o gin que daqui prometo.
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