segunda-feira, setembro 07, 2009

Da ausência

Descarrilei por uns dias. Poder deixar de ser um comboio regular e ser pássaro apenas, outro material circulante. Beber a água no bico das nascentes da Gândara, (que é beber família e antigos amigos de outras guerras!); deixar apenas sombra com um voo rasteiro aos últimos costumes (que é terem-me aqui na linha como se fosse um regular tira-linhas a tinta-da-china) e andar de sabores e saberes fartos (excesso de trabalho como nunca tive na minha vida).
Já não sei o que são férias verdadeiras há três anos! Engano-me porque me enganam… «vê lá se podes!» … «desculpa lá, ainda podes tratar disto?» … «quando morreres terás férias toda a vida, agora é que és preciso!» …
E eu a pensar precioso. Tempo precioso em que tenho de estar disponível. Aprendi a entender que este tempo da idade, situado entre os 30 e os 50 anos, é onde podemos desenvolver em melhor rentabilidade o melhor do que sabemos fazer. O melhor intervalo na idade para o exercício de um médico, um engenheiro, um instrutor de parapente, um sapateiro ou um pescador para vos encher com qualidade latas de atum nos supermercados. Cada um já ganhou a experiência suficiente e, neste tempo da idade, permite-nos produzir trabalho com qualidade suprema, esgotando-nos do saber. Assim ando na minha tarefa dos costumes. É a minha actual tarefa e desafio, fazer bem o que sei fazer! Por isso me ausento, por isso saio da linha sem saber que saí, regressando, como hoje, com os alertas … «onde andas?» … «que fazes?» …
O que faço, mesmo assim. Leio, claro que leio muito. Penso em ti? Claro que penso em ti. Estou disponível? Claro que sim! Ponho os lábios no mosto de novos vinhos, como se não soubesses que isso para mim é uma prece para rezar com copo farto e música a condizer.
Vou à linha? Então não? A Helena e a Mónica são uma fonte inesgotável de alegrias para andar a bater certo o coração.
Que mais quero? Tempo! Que neste tempo passe a fazer o melhor que sei. Não há obsessão! Pelo meio terei tempo para não me descuidar que existes, essa tarefa sem idade onde com os dias nos divertimos.
Quando? É já ali, como sempre fizemos! Lança o desafio…

1 Comments:

At 9:43 da manhã, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

desde há uns poucos de anos que tenho essa consciência de que falas de estar no auge do que tenho para dar profissionalmente. e tenho dado, sentindo embora que a maioria das vezes que o que me é pedido está abaixo das minhas capacidades e só naquilo que me abalanço por iniciativa própria me tento exceder a mim própria.

bem-vindo sempre, nesses teus vôos tens as asas do nosso desejo.

 

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