Sinais da morte do verão
Os ciclos fazem das mortes um engano, um fingimento. Bem sei. Num ciclo, a morte é apenas outro ponto. Acontece com o tempo, morrer o verão é tê-lo apenas noutro ponto do ciclo, na esquadria do que há-de vir.
Ainda tenho uma semana de mar para contrariar este meu verão tão cheio de vinha. Já fiz o vinho, agora falta-me o sal.
Não tenho o barco, é certo. Porque o marinheiro não pode. Caso contrário teríamos neste Setembro uma repetição do último em que nos enfiamos os oito num veleiro e fizemos ao acaso os mares da Grécia. É tão bom ir fazendo as viagens sobre uma carta de mar, em função do vento e da capacidade dos portos de abrigo. É bom fazer viagens em que se faz a distância entre o mesmo azul. Mas o marinheiro não pode e assim a repetição se adia.
Resta ir esperar o mar, o atlântico, à praia. Quando elas eram muito pequenas eu cantava-lhes “ o mar enrola na areia, ninguém sabe o que ele diz”…não sei quando deixei de lhes cantar mas talvez, percebo agora, quando cresceram a capacidade de saber o que o mar diz.
Tenho ainda verão a cumprir e o desejo do sal na pele, mas estão aí os primeiros sinais da morte. O carro que já para em fila a meio do trajecto da estrada. O regresso às aulas já faz sombra. Amiúde, nas conversas, as pessoas traçam a linha do fim do verão ao Natal.
Morrer o verão é só morrer a luz quente que dá outro contorno à vida e à alegria. Estão aí os primeiros sinais da morte do verão, falta apenas a chuva sobre eles.
Ainda tenho uma semana de mar para contrariar este meu verão tão cheio de vinha. Já fiz o vinho, agora falta-me o sal.
Não tenho o barco, é certo. Porque o marinheiro não pode. Caso contrário teríamos neste Setembro uma repetição do último em que nos enfiamos os oito num veleiro e fizemos ao acaso os mares da Grécia. É tão bom ir fazendo as viagens sobre uma carta de mar, em função do vento e da capacidade dos portos de abrigo. É bom fazer viagens em que se faz a distância entre o mesmo azul. Mas o marinheiro não pode e assim a repetição se adia.
Resta ir esperar o mar, o atlântico, à praia. Quando elas eram muito pequenas eu cantava-lhes “ o mar enrola na areia, ninguém sabe o que ele diz”…não sei quando deixei de lhes cantar mas talvez, percebo agora, quando cresceram a capacidade de saber o que o mar diz.
Tenho ainda verão a cumprir e o desejo do sal na pele, mas estão aí os primeiros sinais da morte. O carro que já para em fila a meio do trajecto da estrada. O regresso às aulas já faz sombra. Amiúde, nas conversas, as pessoas traçam a linha do fim do verão ao Natal.
Morrer o verão é só morrer a luz quente que dá outro contorno à vida e à alegria. Estão aí os primeiros sinais da morte do verão, falta apenas a chuva sobre eles.
6 Comments:
O meu Verão ainda não morreu.
A luz do fim de tarde é já outra, mais quieta, mais doce. Mas por mim demoraria muito, muito tempo a morrer.
~CC~
Estou em completa sintonia contigo, Helena. O Verão também me faz viver melhor.
Nos em pequenas cantávamos o "barqueiro deita o barco ao Mira", não sei bem porquê. E o que canto agora à R. Por enquanto ela ainda me deixa. Bjs
No Verão, como nos Domingos à noite, somos sempre mais bonitos.
Eu não me sinto assim que o verão é melhor do que winter.i amor de verão winter.i temos tudo falta de ar, água, etc.
Kristain
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