El Escorial
O último conto que daqui conto, ali à Sierra Oeste de Madrid. Lá fui ao El Escorial, Real Monasterio de San Lorenzo. Já aqui falei desses sítios, abrigos de reis e de princesas. El Escorial é um cemitério de reis, princesas e corpos arquivados de amores além da linha dinástica. Tem uma biblioteca fabulosa e uma sala de guerras desse Filipe II, que quis fazer história neste reino português. Lá está pintado o desembarque nos Açores, vitória deles. Lá está o corpo do irmão de Juan Carlos, que tirou a vida de seu irmão menor, Alfonso, em Cascais, com um disparo contra a sua cabeça, causada quando ele “brincava” com um revólver. Chegaram a circular informações de que o revólver seria um presente do ditador fascista Francisco Franco, que o nomearia sucessor na “Chefatura de Estado”, na condição de rei que lhe foi conferida por Franco em Julho de 1969. Pode ter sido falta de «caña», admito, mas ainda quiz ouvir de um guia amigo de um amigo, que se Alfonso tem nome entre tantos mármores, o deve a Velásquez que o imortalizou, menino, num dos seus quadros. Ali está a Espanha deitada nas sua catacumbas. Ali deitar-se-á um dia Juan Carlos e a sua última memória, «Porque no te callas?» Ali está também o Portugal livre desses corpos que fazem história, nossa vitória!
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