quinta-feira, maio 22, 2008

a feYra, ainda

do programa não fica, para já, água na boca. além das gralhas do folheto impresso (a feira a começar "quinta-feira, 21 de Maio", prosseguindo directamente para "sexta-feira, 23 de Maio", ficando nós sem saber se algum evento caiu ali no meio), o que nos oferece sabe-me pouco a livros: inauguração com o presidente da Câmara, debates vários (um com chefes de cozinha, outro sobre "as instituições culturais do Porto", com personalidades que desconheço, outro ainda sobre "a cidade e o seu património", mais um sobre cidadania e um outro sobre "a importância da universidade do Porto na afirmação da região" - assim mesmo), dois concertos e dois eventos de tipologia não esclarecida intitulados "Poupar energia eléctrica - Mudar é fácil e não custa nada".

e nada sobre livros? alguma coisa, claro. no sábado, 31 de Maio (de certeza concertação dos astros porque nesse dia trabalho e não posso ir), um debate intitulado "escritores do Porto", contando com a presença de três deles (três, todos doutores, segundo o programa disponível on-line). depois de amanhã também será feita a homenagem a Nuno Canavez e, no último dia, o destaque a Germano Silva. é alguma coisa, mas acho pouco, e desproporcionado.

eu gostava de uma feira a cheirar a livros. onde se ouvisse o silêncio que ler requer (hoje a abrir ouvia-se Michael Franks alto e bom som, um músico que aprecio tanto que nunca poderia ler a ouvi-lo). repleta de literatura e de saber. povoada por escritores, e não só do Porto. onde leitores se encontrassem em conversas à volta dos livros. onde se ouvisse poesia, e mesmo pedaços de prosa. onde se contassem histórias às crianças. se calhar é pedir muito.

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3 Comments:

At 2:14 da tarde, Blogger António Conceição said...

Minha cara Mónica,

Com o aparecimento da internet e a possibilidade de comprar em qualquer parte do mundo, sem sair de casa, todos os livros os livros imagináveis a Feira do Livro morreu.
Dantes, ainda lá ia, à procura de um ou outro mono maravilhoso que aparecia no meio de uma centena de livros inúteis e que não se encontrava noutro lugar (foi assim que comprei, por exemplo, "Os filhos de D. João I" ou a História da República Romana", de Oliveira martins). Agora nem isso. O que lá se vende é exactamente o mesmo que se encontra em qualquer "Jumbo" ou "Continente".
O ano passado passei por lá. Corri a Feira toda, à procura de uma obra do Padre Manuel Bernardes (uma qualquer, não fazia questão de nenhum título). Não encontrei. Dirigi-me ao stand da Lello e Irmão que sabia ser o editor antigo de Bernardes. Indaguei um vendedor. Ele desatou-se a rir, como se tivesse deparado com um maluco inofensivo. Disse-me que "isso", se existisse, era nos armazéns da livraria. Nunca ninguém se lembraria de levar "isso" para a Feira.
Saí sem comprar nada e jurando que não tornaria a pôr lá os pés. Pelo menos este ano, tenciono cumprir a promessa.

 
At 9:52 da tarde, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

Meu Caro Funes (C): a verdade é que a feira é para o povo, os eruditos compram livros todo o ano. Mas sendo feita por editores e livreiros, o mínimo era o seu programa se centrar nos livros e na leitura. Pessoalmente gosto - ou gostava - de comprar os meus livros na feira, de me banquetear de leituras.

 
At 11:06 da tarde, Blogger JPN said...

pois se vieres até à feira, faz chegar aviso porque tenho várias reclamações sobre a minha capacidade organizativa de encontros interblogues...

:)

 

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