o escritor
hoje era o dia deles, dos mais pequenos, e com isso lá arranjei mais um programinha na feYra. Ondjaki ia estar por lá às 5, para um lançamento e autógrafos. o mesmo Ondjaki que, numa devoção à primeira vista, conheci em "Ode a Ouro Preto" (divulgação do FJV). meti na mochila "E se amanhã o medo" e "Os da minha rua", que já tinha trazido da primeira incursão pela feira e lá fui cheia de esperança.
Ondjaki contou-nos coisas do nascimento (ou deveria dizer escrevimento?) do seu último livro numa espécie de corredor (a que chamam auditório), sem micro e do lado de lá de uma mesa pomposa. contou como o livro era para ser uma coisa e depois uma outra história foi nascendo de um lado inesperado, quase quase como se se escrevesse a si própria. explicou-nos as personagens (embora tivesse prometido que as ia desexplicar): crianças angolanas, avós e alguns outros adultos. depois, atravessou a mesa, sentou-se junto a nós e leu algumas páginas.
[nós, éramos umas 5 ou 6 pessoas, contando com o meu filho de 9 anos que quis estar só para não ir para outro sítio]
e ouvi-lo foi como um raio, um relâmpago, uma inteira tempestade de luz, numa feira do livro onde se falou tão pouco de livros onde se leu alto tão pouco onde os leitores que amam a escrita tiveram tão poucas oportunidades de olhar nos olhos os escritores (ouvir a sua voz, ver a mão com que escrevem).
[éramos só uns 5 ou 6 mas quando Ondjaki acabou de ler aquele pedaço de história que falava de chuva, de medo, de trovoadas e de saudade, foi ruidosa a salva de palmas que estalou nas nossas mãos]
[claro que não consegui vir embora sem comprar também este "AvóDezanove e o Segredo do Soviético"]
Etiquetas: feira do livro, Ondjaki
1 Comments:
Estou a ouvir a entrevista dele na TSF, brilhantemente entrevistado por CArlos Vaz Marques. E só me apetece ir a correr comprar os livros :)
~CC~
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