ambivalente
gosto das praias da cidade onde vem a banhos a gente dos bairros sociais da Foz: famílias com avós e tios, mães gorduchas de calção sobre o bikini, velhotes de barriga proeminente, musculada e bronzeada e crianças, sempre muitas crianças, nuas e felizes. gosto da gente fina que se queda mais acima, antes da areia e da sua fauna, a passear filhos em carrinhos e a ler os jornais de fim-de-semana, olhando o mar, indiferentes. gosto desta separação e de Leixões ao fundo, quase distante nas manhãs de neblina.
dispenso a cidade Red Bull, as motas de água e o shopping logo à tarde para quase todos. dispenso o povoléu que deixa os carrinhos da Ikea nas estrada de Leça só porque, c'os diabos, dá muito mais jeito estacionar ali já virado para a autoestrada e ir devolver o carrinho à loja é uma trabalheira. dispenso os machos ordinários, insultando para o ar, todos e ninguém, prontos a assobiar, também para o ar, se alguém lhes fizer frente.
dispenso a cidade Red Bull, as motas de água e o shopping logo à tarde para quase todos. dispenso o povoléu que deixa os carrinhos da Ikea nas estrada de Leça só porque, c'os diabos, dá muito mais jeito estacionar ali já virado para a autoestrada e ir devolver o carrinho à loja é uma trabalheira. dispenso os machos ordinários, insultando para o ar, todos e ninguém, prontos a assobiar, também para o ar, se alguém lhes fizer frente.
gosto tanto do resto de ar frio que cobre a areia nas manhãs que hão-de ser dias quentes, das vozes ainda serenas e do cheiro a algas (regressado directamente da infância), como dispenso a nortada quase certa logo à tarde.
Etiquetas: Porto, quotidiano
1 Comments:
isto da gente ter começado a ter este hábito de se elogiar mutuamente tem destes incomodos: como é que te digo que estremeci com a beleza deste post?
Enviar um comentário
<< Home