segunda-feira, julho 31, 2006

asneira de baixinho segredo


O Brunito chegou-se-me à mesa da esplanada da brasileira, não essa, mas a da mulher gostosa que há tempo não vemos, riso inocente, filho de RC e disse baixinho «aprendi uma asneira».
Com quatro anos - e porque o disse baixinho - já tem a consciência de um lado do pecado.
Então disse eu «diz-ma baixinho ao ouvido».
Disse outra vez baixinho que não podia, porque a podia ouvir o menino Jesus e também que o que não se deve dizer são mentiras, não é pai?
Com quatro anos - trazendo Jesus baixinho - já tem também a consciência do outro lado do pecado.
Ainda lhe disse, também baixinho, que mentiras nunca, mas uma asneirita, pequena, pode ser dita num cantito só para nós, para nos rirmos e, se o dissesse baixinho, o menino Jesus não conseguiria ouvir, porque penso até que é surdo.
«Mas ouve o meu pai e depois vai contar à minha mãe, que contará baixinho ao menino Jesus».
Não insisti, ele riu-se muito, deu uma volta, alegre, à pequena praça, esperou que acabássemos a cerveja e olhou-me com os olhos baixinhos no segredo que ainda não ficou entre os dois. «Ainda?», penso eu baixinho - se calhar por asneira!

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