ainda o nosso retrato social
na terça-feira passada segui tranquila para a festa de aniversário (surpresa) da G, sabendo que podia mais tarde ver o episódio do retrato social do António Barreto aqui (indicação preciosa do J.). guardei-o para o degustar hoje ao pequeno-almoço (café escuro, torrada de manteiga e sumo de laranja).
mais uma vez me comovi até às minhas raízes: até zonas de mim que desconhecia. as imagens dos homens (tão novos) que partiam para a guerra; as histórias das mulheres que a nada tinham direito e, no entanto, sustinham o todo da vida familiar; o enunciar daquilo que, concretamente, lhes era vedado (perceber melhor as histórias de mulheres que ouço no consultório). um incómodo brutal por ter sido sujeita a isto (mesmo sendo criança) e por ter sido tão feliz enquanto assim viviam a minha mãe, as minhas avós, o meu tio que esteve na guerra, e tantos outros que sobreviveram a essa realidade que se me afigura insuportável.
comoção repetida, a que me vem habituando este documentário e que tem produzido o efeito inquietante de aumentar a minha tolerância às imperfeições e às eternas limitações do meu país e do seu povo.
Etiquetas: António Barreto, Portugal, TV
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home