duas equações de equinócios
1. SETEMBROo poente não escurecia e a noite, nunca
amanheceria, ainda a madrugada
não era de adormecer. Não ali.
Corriam os momentos, rios
em nossos corpos-templo, vazios,
esgotados de qualquer eternidade.
Procurávamos, o desaguar da
espera. Encontrávamos
que a serra não nos deixaria adormecer
2. COIMBRA
as próprias manhãs sabem a outra
coisa quando não se acorda, viemos
desde o dia anterior. Navegando
no fumo, confidências, café que
trazemos nos olhos. tão frágil este
nosso corpo e hesitantes e poucas
e curvas as explicações da felicidade
que encontramos. Que perdemos.
nunca teria sabido acordar, esse abril.
(texto escrito a 4 mãos - as minhas e as mãos perdidas para sempre de CG - em Junho de 1985)
Etiquetas: Carlos Gomes
2 Comments:
Lembro bem 85. Já tínhamos consciência quase segura do que hoje somos. por isso ainda escrevemos.
bonito. que arrepio relembrar CG...
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