terça-feira, abril 18, 2006

duas equações de equinócios

1. SETEMBRO
o poente não escurecia e a noite, nunca
amanheceria, ainda a madrugada
não era de adormecer. Não ali.
Corriam os momentos, rios
em nossos corpos-templo, vazios,
esgotados de qualquer eternidade.
Procurávamos, o desaguar da
espera. Encontrávamos

que a serra não nos deixaria adormecer

2. COIMBRA
as próprias manhãs sabem a outra
coisa quando não se acorda, viemos
desde o dia anterior. Navegando
no fumo, confidências, café que
trazemos nos olhos. tão frágil este
nosso corpo e hesitantes e poucas
e curvas as explicações da felicidade
que encontramos. Que perdemos.

nunca teria sabido acordar, esse abril.

(texto escrito a 4 mãos - as minhas e as mãos perdidas para sempre de CG - em Junho de 1985)

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2 Comments:

At 11:59 da tarde, Blogger David (em Coimbra B) said...

Lembro bem 85. Já tínhamos consciência quase segura do que hoje somos. por isso ainda escrevemos.

 
At 12:45 da manhã, Blogger H em Stª Apolónia said...

bonito. que arrepio relembrar CG...

 

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