Cartão de Natal 2009
Aqui estamos com o velho material circulante. Este ano deu-nos para um espaço sem neve, apenas fresquinho, onde podemos aquecer os corpos na fornalha se o frio nos chegar às orelhas.
Uma paragem nas gares afectivas e neste apeadeiro sem dono para trazer os baldes de flores e as abóboras para as filhoses.
A Helena trouxe chocolates e ginja de Óbidos e está lá atrás a fazer um bolo com aspecto delicioso. A princípio quis isolar-se um pouco por causa da gripe, mas a Mónica garante que é uma gripe como as outras e que podemos todos tossir e espirrar em paz sobre as palhinhas do Menino Jesus. Temos um presépio grande na penúltima carruagem, conseguem ver?
A Mónica está a cortar as abóboras e a fazer filhoses com uma receita da avó e, pelo corredor, vai dispondo os baldes de flores ao longo das carruagens, bebendo uma ginja roubada da garrafa da Helena.
O David trouxe um exemplar do Borda de Água para ler futuros, vinho e nozes, feito e colhidas por um padre de antigos tempos, põe lenha de oliveira na fornalha, cuida mesa que este ano é posta na locomotiva e enche pequenos pratos de azeite para molhar pão fresco ou os dedos para quem lhe apetecer também rezar e tirar o quebranto a antigos sustos. Tudo se afina como os fios de azeite.
Toca a sineta enquanto a Mónica não põe música. Juntam-se agora os três à fornalha a ver o que falta. Faltam vocês, amigos de sempre. Preparem-se. Alguém que traga açúcar para borrifar as filhoses, com a pressa esquecemo-nos. Ainda pararemos uma vez no último apeadeiro para os que quiserem entrar. Erguemos agora um copo e falamos num registo de falar de coisas antigas. Rostos, sabores e lugares. FELIZ NATAL 2009.
DHM
Uma paragem nas gares afectivas e neste apeadeiro sem dono para trazer os baldes de flores e as abóboras para as filhoses.
A Helena trouxe chocolates e ginja de Óbidos e está lá atrás a fazer um bolo com aspecto delicioso. A princípio quis isolar-se um pouco por causa da gripe, mas a Mónica garante que é uma gripe como as outras e que podemos todos tossir e espirrar em paz sobre as palhinhas do Menino Jesus. Temos um presépio grande na penúltima carruagem, conseguem ver?
A Mónica está a cortar as abóboras e a fazer filhoses com uma receita da avó e, pelo corredor, vai dispondo os baldes de flores ao longo das carruagens, bebendo uma ginja roubada da garrafa da Helena.
O David trouxe um exemplar do Borda de Água para ler futuros, vinho e nozes, feito e colhidas por um padre de antigos tempos, põe lenha de oliveira na fornalha, cuida mesa que este ano é posta na locomotiva e enche pequenos pratos de azeite para molhar pão fresco ou os dedos para quem lhe apetecer também rezar e tirar o quebranto a antigos sustos. Tudo se afina como os fios de azeite.
Toca a sineta enquanto a Mónica não põe música. Juntam-se agora os três à fornalha a ver o que falta. Faltam vocês, amigos de sempre. Preparem-se. Alguém que traga açúcar para borrifar as filhoses, com a pressa esquecemo-nos. Ainda pararemos uma vez no último apeadeiro para os que quiserem entrar. Erguemos agora um copo e falamos num registo de falar de coisas antigas. Rostos, sabores e lugares. FELIZ NATAL 2009.
DHM
4 Comments:
que saudades eu já tinha destes teus posts! feliz Natal
Este comentário foi removido pelo autor.
Belo post, sim senhor!
Ai que saudades das filhozes da minha mãe (desculpem mas eu não consigo largar este "z")!
Ergo então o copo em nome da amizade e de umas festas muito felizes.
Abraços
Abraços do sul para distribuir pelos amigos da linha
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