triste dia de Portugal
estou aterrada com o que tenho sabido do protesto dos camionistas. afinal, ainda se faz tábua rasa da civilidade e dos direitos (alheios) e deveres (próprios). aquela que dizem ser a garantia das gerações do pós 25 de Abril (a liberdade), afinal, não pode ser dada como adquirida.
é possível em pleno século XXI, numa democracia madura de 34 anos, num orgulhosamente europeu estado de direito, um bando de homens emboscarem estradas, vandalizarem camiões e ameaçarem e agredirem quem não age como eles. e é possível, não só fazerem-no, como usufruirem de uma assustadora impunidade ao agirem perante as autoridades presentes (a GNR) e perante um país sentado impávido (ou direi antes: anestesiado de bola?) do outro lado das câmaras de TV.
num instante, os nossos ditos brandos costumes transformam-se no horror daquilo que o Homem ("se isto é um homem"), esse péssimo selvagem, tem de pior. a cegueira que nos toma quando a nossa razão é maior do que a dos outros. não podia ser mais: triste este dia de Portugal. triste este dia para Portugal.
4 Comments:
O homem não é o bom selvagem rousseauniano, Mónica! Iludimo-nos a pensar que sim, mas é só porque queremos iludir-nos. Lamentavelmente é assim.
Temos que nos preparar, Mónica. Vai ser assim, sempre a piorar.
Abraços
luís: sempre assim, mas a piorar não, não, não. a Isabela falava disso: http://omundoperfeito.blogspot.com/2008/06/selvagem.html.
o mundo e os livros dizem-nos que não: e como é extraordinário que, sendo o mal a nossa natureza, continue a ser possível tanto bem
Os camionistas não protestam só em Portugal. Não avalio ou qualifico o país por causa destes tristes, de facto, acontecimentos.
Tenho fugido a estas notícias, mas é o que me parece.
Se o homem não tende para o mal, tende para a luta. Para o conflito.
beijo
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