ao desafio
matar dois desafios num só post, era do que eu estava à espera para dar seguimento à corrente (ou devo dizer laço?) lançada pelo Joaquim já lá vão umas semanas. e a oportunidade chegou, com uma proposta do Francisco. vamos então a isso: 6 insignificâncias sobre a minha pessoa, incluindo 12 das palavras que mais gosto.
1. com os meus 10 ou 11 anos participei no "Peço a Palavra", um programa no qual crianças faziam de deputados de uma espécie de parlamento onde se discutiam assuntos vários.
2. eu via aquilo a preto e branco na TV e pensava "caramba, também gostava de dar a minha opinião!" daí até me pôr a escrever uma cartinha para a RTP foi um instante e, como eles responderam que sim, um dia lá apareci nos estúdios do Monte da Virgem, em Gaia.
3. numa só manhã gravamos 4 programas. ver a velocidade com que tudo sucedia e a maneira como os espectadores eram enganados mudando as crianças de posição e vestindo uma T-shirt diferente ao presidente da mesa, aniquilou boa parte do meu fascínio pelo programa e pela TV em geral.
4. nunca cheguei a ver alguns dos programas em que participei pois a TV lá de casa entretanto avariou o que nessa época era um obstáculo quase intransponível.
5. algum tempo depois e sem qualquer aviso prévio, recebi pelo correio 4 vales de 500$00 cada (uma fortuna nos anos 70) com os quais a minha mãe decidiu unilateralmente comprar-me uma arca de madeira de castanho para guardar o meu enxoval.
6. essa arca pontificou durante 20 anos sobre a escadaria da casa dos meus pais, nela se acumulando serviços de chã e de jantar incompletos, panos de louça, tupperwares e tacinhas várias. agora repousa no corredor dos quartos da minha casa, cheia das mantas e da roupa de cama para quando a Helena e a sua gente vêm cá a casa.
faltam-me (só? ainda?) 6 palavras mas, como tenho dificuldade em separar as palavras das ideias e, sobretudo, em separar as palavras umas das outras, aí vão não sei mais quantas: saudade, rio, serra, constelação, segredo, despojamento, devagar, rapaz, vertigem, viagem, renúncia, aposta, vontade, vento, maré, ficar, encostar, luz, sombra, limite, proibido. quase todas, portanto, palavras da minha ideia do amor.
(desta não passo a corrente a ninguém porque da última vez que o fiz ninguém me ligou nenhuma)
Etiquetas: blogs, minhas histórias
5 Comments:
Também tive uma arca dessas...achava-a (ainda acho) tão tristonha. Abraço
Palavras como um carreiro de formigas. Assim nos construímos.
compreendo bem que quebres a corrente. pela minha parte, obrigado. gostei do que te provoquei.
(mas devo dizer que, de modo algum, ignorei o teu desafio... a verdade é o que tempo foi passando, e quase todos os dias com verdadeira angústia - acredita -, sinto que estou em falta contigo... um pequenino peso de que me não liberto...e por isso cada vez menos aguentarei esta coisa das correntes...)
mas tudo isto interessa pouco.
abraço sentido
e eu era fã desse programa, que tinha como regente da batuta, quero dizer, do martelo, o saudoso Mário Viegas. c'a giro...
JPN: não me acredito... olha que me lembro bem dele (apesar de não ter sido ele o presidente nos programas todos) e ainda há dias ao escrever isto pensava "quem seria aquele gajo a quem as maquilhadoras andavam a mudar a roupa e a retocar o bigode?" porque ele impressionava-me naquele papel.
quer dizer que eu conheci, mesmo, falei com o, foi-me dada a palavra pelo, Mário Viegas...
será que há videos disto no Youtube?
Francisco: cool! foram tantos os que me deixaram de corrente na mão, os meus colegas de blog incluídos, que isso não pode mesmo ter qualquer importância (só falei nisso para me poupar ao mesmo!)
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