Vida no iPOD
Tenho andado estas noites a carregar o iPOD. Dá trabalho, mas um gozo absoluto. Ouço músicas que não sabia que tinha. Organizo os CD’s. Umas lembram-me lugares. Outras trazem paisagens inacabadas como aqui já tocaram em música de palavras Pitões das Júnias. Umas cantadas nas noites, outras lembrando horas da luta dos dias. E poesia que pontua desejos, a palavra exacta que entra como um tiro de revólver pelos ouvidos. E depois o fascínio pelas capacidades do mundo giga, cabendo tudo (tanta coisa, tanta música) num pequeno espaço. A música trás também essa cancela do passado para passarmos, dubitativo tempo onde as coisas apenas aconteciam. Abraços-por-dá-cá-aquela-palha. Antigos intensos amores. Viagens sem destino. É o individualismo contemporâneo que não uso em excesso, porque quero ter ainda ouvidos atentos para outras coisas.
3 Comments:
"É o individualismo contemporâneo que não uso em excesso, porque quero ter ainda ouvidos atentos para outras coisas."
Ora aí está uma postura sensata. Abraços de cá
tenho a certeza que um dia abrirei os cordões à bolsa para uma coisa dessas: algo que traga no bolso e que onde caibam as músicas da minha vida (disponíveis à la carte), onde venha ao blog e ao e-mail e onde tire umas fotos (dispenso o telefone).
a minha empresa este natal opereceu um ipod a cada trabalhador... eu gostei. achei bem que me facilitassem a hipótese de usar a música para me alienar do trabalho e no trabalho...
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