Pitões das Júnias
Ontem diziam as televisões que três pessoas se perderam em Pitões das Júnias. Disseram-no pela noite dentro. E eu voltei a Pitões... como em alguns dos fevereiros antigos. Voltei ao lugar do silêncio. Sem a Renault azul e sem as sebentas de álgebra para estudar, porque acreditavamos nós que ali o tempo era infinito e a matemática se saberia com o vagar das serranias. A Maria, de negro, esperava-nos sempre na casa de pedra e deixava-nos o quarto do 1º andar a dar para o longe do mundo.
O mosteiro escondido no vale, as caminhadas pelos penhascos, o silêncio do mundo e o vento, a aldeia e a hora do recolher do gado, o cheiro a lenha a arder por dentro das casas e a proximidade do fim, da fronteira, do limite. O resto do mundo logo ali em Espanha, na divisória de urze, que é assim que o mundo se delimita nos lugares onde o silêncio vem morrer com pertença.
Ás vezes Montalegre para comprar rolos de fotografia e beber um café. Telefonar para casa e comprar o jornal. Fevereiro sem Lisboa e com o fim do mundo, possível.
Pitões é-me um lugar de memória granítica. Bonito em mim, como nenhum. Também um nome e um homem. Um amor. Um vento. Um tempo. Perdida em Pitões.
O mosteiro escondido no vale, as caminhadas pelos penhascos, o silêncio do mundo e o vento, a aldeia e a hora do recolher do gado, o cheiro a lenha a arder por dentro das casas e a proximidade do fim, da fronteira, do limite. O resto do mundo logo ali em Espanha, na divisória de urze, que é assim que o mundo se delimita nos lugares onde o silêncio vem morrer com pertença.
Ás vezes Montalegre para comprar rolos de fotografia e beber um café. Telefonar para casa e comprar o jornal. Fevereiro sem Lisboa e com o fim do mundo, possível.
Pitões é-me um lugar de memória granítica. Bonito em mim, como nenhum. Também um nome e um homem. Um amor. Um vento. Um tempo. Perdida em Pitões.
3 Comments:
ah Pitões, ainda ontem comentava isso, o nosso passado a abrir telejornais
Há muitos anos atrás (fim da década de 80) também andei por lá! Lembro-me de um frrrrrrrrriiioo horrível!!
Jose Paulo
www.pbase.com/jandrade
Granítico, como a nossa boa memória!
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