responsabilidades
completamente de acordo com Eduardo Pitta: antes da responsabilidade política, que podemos exigir a ministros e suas comanditas, está a responsabilidade profissional, que começa em nós, passa pelos nossos directores de serviço e acaba outra vez em nós. estou a falar de médicos mas podia estar a falar de professores, ou de qualquer outra área onde as culpas costumem ser chutadas para canto. estou a falar de profissionais diferenciados que vivem em democracia e que deveriam sentir-se em absoluta responsabilidade, não só pelos actos, mas também pelas suas omissões.
se um doente cai de uma maca, a responsabilidade também é minha. se um aluno passa sem saber o indispensável, a responsabilidade também é de quem o passa. podemos ser pressionados, podemos ser mal amados, podemos até ser perseguidos. mas temos um trabalho a fazer, uma atenção a centrar: no paciente, no aluno. começar no nosso consultório, na nossa sala, no nosso pequeno mundo. não fazer do nosso umbigo o nosso norte. mas depois ir mais longe. e fazer escolhas: pôr num dos pratos da balança o nosso conforto, a nossa inércia e conformismo. saber dizer não: assim não faço, assim não brinco. ter a coragem de falar, de ouvir, de exigir.
a vida é difícil (não vem pronta a ser vivida). e complexa (às vezes a melhor maneira não é evidente). se não somos parte da solução, somos parte do problema.
Etiquetas: blogs, Eduardo Pitta, política, trabalho
2 Comments:
Dão um jeitão os links... El norte es el paciente...
Amanhã vão limpar um dos bypass ao meu pai... e gostei de saber como está a ser tratado por aqueles médicos que ainda conversam com um doente de 77 anos explicando tudo o que vão fazer, etc. Dando confiança ao doente e, o mais importante, importando-se realmente. Esperemos que corra bem. E que o o norte seja o paciente.
Estamos de acordo. Excelente!
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