Ensino Roda
Começo por referir que faliu recentemente uma grande empresa de camionagem, chamada Jaime Dias. Tinha um slogan que lembro de menino, quando era pequeno e os camiões grandes: «O mundo gira, Jaime Dias rodam!».
A recente classificação das instituições de ensino, avaliados resultados e discutida aqui, na linha, a competitividade público/privado, fez-me trazer-vos, para que vejam, a ovelha negra dessa família. Colégio Cidade Roda, o pior classificado. É vizinho. Lido com as suas vísceras todos os dias.
Os docentes passam a vida no café Roda do Paulo Chepa, queixam-se ninguém sabe de quê – presumo que nem os próprios! – porque os ouvimos sempre a falar alto, estigma de professores entre copos de água, cafés e demasiados cigarros. Os discentes fazem do café a sua cantina, ao almoço confundem-se com os docentes, entre comida de plástico e bebidas gasosas para futuras diabruras do estômago, entretendo-se ao fim-de-tarde no jogo das setas, matraquilhos, bilhar à espera da camioneta, lixando o orçamento familiar.
O Colégio é na rua de cima. O café é no largo, frequento, é o nosso bar mais próximo, tirando as jornadas na Ti Gracinda, coisa mais gastronómica de prazeres antigos.
Brincamos agora com o Paulo Chepa que a culpa da classificação é dele, coisas da sua má alimentação. Premiado o colégio como o Íbis no futebol brasileiro, deparo-me com um cartaz a convocar o 2º encontro dos antigos alunos para um jantar no «truck stop». Custa 13 valores, coisa que pelo demérito publicado será para eles um excesso ou devaneio, uma vez sem exemplo.
Pronto, divertem-se! Ignoram a classificação. Como fecham lares de 3ª idade por falta de condições, deveria haver no ensino um ranking como no futebol... descer de divisão, que no ensino, traduzir-se-ia em simplesmente «fechar para balanço!»
A recente classificação das instituições de ensino, avaliados resultados e discutida aqui, na linha, a competitividade público/privado, fez-me trazer-vos, para que vejam, a ovelha negra dessa família. Colégio Cidade Roda, o pior classificado. É vizinho. Lido com as suas vísceras todos os dias.
Os docentes passam a vida no café Roda do Paulo Chepa, queixam-se ninguém sabe de quê – presumo que nem os próprios! – porque os ouvimos sempre a falar alto, estigma de professores entre copos de água, cafés e demasiados cigarros. Os discentes fazem do café a sua cantina, ao almoço confundem-se com os docentes, entre comida de plástico e bebidas gasosas para futuras diabruras do estômago, entretendo-se ao fim-de-tarde no jogo das setas, matraquilhos, bilhar à espera da camioneta, lixando o orçamento familiar.
O Colégio é na rua de cima. O café é no largo, frequento, é o nosso bar mais próximo, tirando as jornadas na Ti Gracinda, coisa mais gastronómica de prazeres antigos.
Brincamos agora com o Paulo Chepa que a culpa da classificação é dele, coisas da sua má alimentação. Premiado o colégio como o Íbis no futebol brasileiro, deparo-me com um cartaz a convocar o 2º encontro dos antigos alunos para um jantar no «truck stop». Custa 13 valores, coisa que pelo demérito publicado será para eles um excesso ou devaneio, uma vez sem exemplo.
Pronto, divertem-se! Ignoram a classificação. Como fecham lares de 3ª idade por falta de condições, deveria haver no ensino um ranking como no futebol... descer de divisão, que no ensino, traduzir-se-ia em simplesmente «fechar para balanço!»
Enquanto fechado, alinhando pelo nome de baptismo do restaurante e com tantos acidentes no país, ao menos que os discentes se transformem em grandes camionistas e relancem a Jaime Dias.
5 Comments:
bela história, david.
correndo o risco de ser mal interpretado, não deixo de apontar que essa escola / colégio, de tão mau ranking oficial, afinal prova à saciedade que uma das coisas mais importantes que uma escola deve fazer, fez!: criou pessoas que têm sentido de comunidade e que o afirmam reunindo-se num almoço para conviver. esta é a dimensão não rankizável da vida em sociedade, em que o colégio da roda, mais que dótores i inginheiros está a contribuir para formar pessoas portuguesas.
no apeadeiro de miramar
caro colega,
não sei o que te dói mais: o facto da tua vergonha no meio que estás inserido ou o facto de nós reconhecermos que vimos de um meio humilde.Não somos os melhores do mundo apenas somos pessoas interessadas em reviver o passado convivendo agora deixando as burocracias, ou o ranking como lhe chamas, para quem de posto o deve fazer.Contudo se quiseres ajudar, como fazes critica, estamos abertos a sugestões.
de um colega que estudou num colégio mal classificado e que agora é licenciado...
deixar ainda uma palavra dizendo que "o cu nada tem a ver com as calças"...
Caro Johy:
Nunca tive vergonha dos meios em que vou fazendo a vida, como é o caso. Comentei factos, que só são interessantes porque há quem os combata com o grau da sua convicção. Parabéns pela sua licenciatura, espero que sirva o país.
pelo que te possa parecer estranho não tenho vergonha porque senão não teria ido ao jantar e muito menos dado importância ás tuas criticas. contudo vejo que criticar é sempre mais fácil do que fazer alguma coisa que não seja criticar(embora estou sempre a falar do jantar e não do colégio em si). se tirei estudos foi sempre com o intuito de me servir a mim, porque eu estou sempre em primeiro....
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