sábado, novembro 03, 2007

ainda o público vs privado

pois dá trabalho. ter os filhos numa escola pública pode dar imenso trabalho: um trabalho hercúleo, raiando a escravatura, que se estende a todos os membros da família (incluindo trabalho infantil) e que, como cá em casa, não é garante de resultados positivos.

andei uns anos nesse trabalho, cheia de certezas e de opiniões sobre quem optava pela demissão e se rendia à facilidade do privado. depois, um dia, percebi que, na minha cruzada privada pelo ensino público (que levava anos e não conhecia ainda esperança de fim), não tinha o direito de privar os meus filhos do seu curto presente. percebi isso e mudei, é preciso saber desistir a tempo de viver.

agora temos na mesma trabalho: o trabalho de ser feliz, de crescer todos os dias, de ter um projecto, de cuidar, em conjunto com quem de nós cuida, de recompensar e ser recompensado. agora os meus filhos andam num "colégio com alma". e ter uma alma também dá muito trabalho, outro trabalho.

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7 Comments:

At 3:03 da tarde, Blogger Helena (em stª Apolónia) said...

Educar dá trabalho, na pública ou na privada. Aliás, a escola é apenas um bocado grande do crescer e da educação… eu tenho-as na privada. Mas eu também tenho como segredo que a educação delas poderá ser a minha obra, o meu texto, a minha alegria. Esse trabalho grande é hoje o meu maior desafio, o único para o qual gostaria muito de ser capaz de cumprir. Eu mãe e educadora, é que ambiciono aparecer no primeiro lugar do ranking...

 
At 3:03 da tarde, Blogger Helena (em stª Apolónia) said...

Educar dá trabalho, na pública ou na privada. Aliás, a escola é apenas um bocado grande do crescer e da educação… eu tenho-as na privada. Mas eu também tenho como segredo que a educação delas poderá ser a minha obra, o meu texto, a minha alegria. Esse trabalho grande é hoje o meu maior desafio, o único para o qual gostaria muito de ser capaz de cumprir. Eu mãe e educadora, é que ambiciono aparecer no primeiro lugar do ranking...

 
At 7:18 da tarde, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

já ganhaste!

 
At 4:01 da manhã, Blogger francisco carvalho said...

Se a questão fôr apenas essa história dos rankings, nada mais enganador...
É bom para aferir alguns indicadores , mas não nos podemos assustar/impressionar com as parangonas da comunicação social.
Alguns exemplos(ranking do Expresso):
Col.S.João de Brito de Lisboa, 327 alunos a exame com média de 140,39

Esc.Sec. Infanta D.Maria de Coimbra com 601 alunos e média de 134,26

Esc.Sec. Filipa de Vilhena do Porto, 625 alunos e média de 126,43

Col. Luso-Francês do Porto, 289 alunos e 125,72

Col.N.S.do Rosário do Porto, 367 alunos e 124,56 de média

Esc.Sec. Garcia da Orta, 1068 alunos e 121,44

Será que os melhores 327 alunos da escola pública de Coimbra não se equipariam à melhor escola do país segundo o ranking do Expresso?
E como não dar o mérito ao Filipa de Vilhena, que com mais do dobro de alunos do Colégio Luso-Francês e quase o dobro dos do Colégio do Rosário, conseguiu melhor média nos exames finais?!

Desculpem lá o uso da vossa caixa-de-comentários para as minhas perguntas, e uma certa raiva, confesso, com tantas interpretações um tanto abusivas dos rankings...
Eu percebo as vossa inquietações de mães, eu também as tenho como pai, e sei que ficaria a perder para vocês nesse ranking que a Helena tão bem imagina...
:)
beijos

 
At 11:06 da manhã, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

Francisco, sempre benvindo à nossa caixinha. o meu post no princípio era mesmo sobre o público vs privado, em reacção à Ana de Amsterdam, que tem umas convicções anti-privado como eu já tive.

mas os rankings tb vêm a propósito. sabes, eu acho bem que façam os rankings. eles servem sobretudo para revelar coisas interessantes como as que salientas e outras, como as assimetrias regionais e as disparidades entre notas de frequência e de exame. acho que tb podem servir de estímulo às escolas, aos alunos incluídos, funcionando como uma espécie de espírito de camisola.

de resto não me acredito que a maioria dos pais vá daqui ali por uma escola melhor posicionada. como escolhemos a escola dos nossos filhos? isso dava outro post.

 
At 3:50 da tarde, Blogger CCF said...

Em questão de "alma" é possível encontrar privados que não a têm e publicos que se esforçam por a construir. Concordo é com a ideia do ensino ter que ter "alma", isto é "projecto" que se possa ver e partilhar com os pais.
Abraço
~CC~

 
At 4:01 da tarde, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

ccf: de acordo quanto à alma de uns e de outros. no que o privado fica a ganhar é na possibilidade de escolha. se a escola pública da minha área de residência não tem alma (como foi o caso) eu não posso escolher outra pública que a tenha (a não ser que entre nas aldrabices de moradas, etc.). fico só com a privada.

 

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