sexta-feira, outubro 12, 2007

Sumptuário de Fátima

Sempre gostei do património religioso. Em todos estes séculos tiveram gosto de que gosto. Em todas as edificações, das alminhas à mais mediática igreja da Santíssima Trindade, a arte foi a arte de escolher o artista, dinheiro público dos que acreditam bem gasto, passe as convicções, assim fosse a arte dos estadistas. Sem convicções, entro sempre. Admiro o que está e o que não está, escolha certa.
Passada a mão pela asa do anjos e ornamentado todo o altar, sinto que há política no assunto. O pastor alemão Ratzinger mandou um “chegamisso” à inauguração, crente que todas as obras inauguradas em Portugal nunca estarão completas no momento (virá para o ano!), facturação de trabalhos-a-mais para o empreiteiro do regime.
Acreditaria nisso se não sentisse que há política nisto. As irmandades portuguesas em volta de Fátima, virgens-quase-virgens e outros acólitos, gostam mais de João Paulo II. Erguem estátua e por ele rezam desalmadamente como um amor perdido. Ratzinger ciumento, pois.
Daí o sumptuário. Não pelo dinheiro gasto, mas pelas rezas a Ratzinger em vão, crentes em João Paulo II.
Demos uma voltinha ao assunto. Acompanham-me? Sai a virgem da igreja da Santíssima Trindade, acedem-se as velas, dá uma volta pela direita à rotunda do Sagrado Coração de Jesus, para na portagem de Judas (trinta dinheiros), mete gasóleo na estação de S. Pedro, come uma sande mista S. Paulo, acelera aos cristãos, volta à rotunda e recolhe na igreja. Não é o povo da Ferrarri ou da Maclaren. É o povo que chora João Paulo II (o seu Mourinho) e, cabisbaixo, aceita Ratzinger como um castigo de Deus. 90 anos para isto.
30, tem o PSD em congressos, a mesma gente, outras bandeiras. 90/30. Por estas contas do rosário, ao PSD basta rezar um terço.


1 Comments:

At 4:02 da tarde, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

eu por acaso não gosto muito de entrar numa igreja como visita, e se for durante uma missa acho tremendo - como em Santiago por ex: gente a rezar e turistas a ver (com o ar aparvalhado que muitos têm). acho profano, invasivo. deixei assim por ver quase todas as igrejas por onde passei. mas acho que sim, que têm direito a ser grandes obras de arte, enormes, sinais dos seus tempos.

 

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