quinta-feira, março 01, 2007

momento de fuga

Ali ao farol, perto do molho, via-a da esplanada vindo e indo num movimento pendular. Três Domingos seguidos como promessa, romaria, três tentativas de ficar.

Escrevia na areia da maré coisas que a maré levava:

Quando o anel me gastou o anelar
foi tempo de largar o sorriso
que me deixou de ser preciso.

Quando os meus filhos cresceram
os fins-de-tarde entardeceram.

Quando a ousadia me alegrou o andar,
vesti outra vez a roupa fresca,
tirei o relógio,
meti-me ao caminho
onde no fim se molham os pés no mar
e parei o olhar para olhar.

Quem casa consente.
Mente, porque já deixei semente.

Fiz-me depois ao carinho
e recuperei o sorriso,
volvendo ao tempo anelar.


1 Comments:

At 12:06 da tarde, Blogger francisco carvalho said...

Imensamente bom!!

 

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