momento de fuga
Ali ao farol, perto do molho, via-a da esplanada vindo e indo num movimento pendular. Três Domingos seguidos como promessa, romaria, três tentativas de ficar.
Escrevia na areia da maré coisas que a maré levava:
Quando o anel me gastou o anelar
foi tempo de largar o sorriso
que me deixou de ser preciso.
Quando os meus filhos cresceram
os fins-de-tarde entardeceram.
Quando a ousadia me alegrou o andar,
vesti outra vez a roupa fresca,
tirei o relógio,
meti-me ao caminho
onde no fim se molham os pés no mar
e parei o olhar para olhar.
Quem casa consente.
Mente, porque já deixei semente.
Fiz-me depois ao carinho
e recuperei o sorriso,
volvendo ao tempo anelar.
1 Comments:
Imensamente bom!!
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