país de cristal II
o meu filho vive agora nesse país esplêndido. começou com os tintins e cedo reinventou um velho truque meu: depois de despachada toda a colecção, durante algum tempo fingiu interessar-se por outros títulos mas apenas o suficiente para se esquecer um pouco das histórias e poder voltar a ler cada uma delas com o mesmo prazer da primeira vez. deu assim cinco voltas à colecção, antes de se abalançar para outras paragens.
é espantoso o uso que ele dá aos livros, objectos lúdicos (aos montes pelo chão do quarto, entre o castelo, os cavalos e os adereços de espionagem), transumantes (em perpétuo movimento entre prateleiras, ao sabor de afinidades movediças e da cor, tamanho e espessura das lombadas), familiares (soltando "oh"s e "ah"s de prazer quando reencontra na prateleira um volume que gostou de ler mas que nunca mais voltou a ver "olha este"), parte integrante dos seus dias, da sua vida.
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