quarta-feira, novembro 15, 2006

Viagem na aba de Espanha




Se a fronteira fosse um zip de duas línguas, direi que andei estes dias pela aba espanhola, descendo de Ciudad Rodrigo a Cáceres, Botija e Montánchez. Cá ao cimo, na correnteza das águas do Águeda, descobrindo a Estacion Rupestre “Siega Verde” – riscos no xisto – com o mesmo traço de Foz Côa.
Depois descer a linha num fim de tarde atencioso para o viajante, Plaza Mayor de Botija, um espaço largo, “cañas”, “picoteo” e as “Villasviejas de Tamuja”, um castro protegido pelo leito do rio com cuidado atento de arqueólogos competentes.
Aqui somos transfronteiriços, uma mestiçagem de territórios e de gentes do mesmo ofício.
Nestas frágeis águas da cooperação não procurei nada, contei o que fazemos, vi e ouvi apenas, plasmando sítios e projectos para desafios futuros.
No cimo do bolo, a cereja: Montánchez. Um novo lugar onde a vida me levará uma outra vez ao património, aos sabores e aos rostos firmes que até aqui desconhecia.
Tudo o resto corre no Águeda e no Tamuja, caudais de memórias rolando granito e xisto nos desejos que se avizinham, fortificação de um futuro próximo dos rostos que por vontades se diluem.

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