terça-feira, outubro 10, 2006

Escreve sem erros na areia da praia, aquilo que erra ortograficamente na folha branca.

Gosta de deixar salgar as palavras que pressente, mais do que sabe. Os erros, são bocados de inquietação, atropelos de sentidos mais fortes que sabedorias ou gramáticas. Pareceu-me bonito dizer que não erra a escrever na areia o que erra na página. Seria a forma de enfatizar o que já sabe da beleza das palavras, não as sabendo.

É feio dar erros ortográficos. É como não saber amar por inteiro, neste caso, a língua. Uma das minhas filhas deixa erros ortográficos no rasto de gostar muito de escrever. É uma aprendizagem lenta, trabalhosa e violenta. Terá que a fazer, amar pelo todo.

Suspeito de um avo de hereditariedade. Como eu escrevia no capim sem erros os erros que dava (e dou!) nas páginas.

A outra, filha, inicia agora a aprendizagem da leitura e da escrita. Será previsivelmente mais assertiva, talvez não seja é capaz de escrever tão rente ao mar, na areia. Suposições com margem de erro.

1 Comments:

At 3:30 da manhã, Blogger David (em Coimbra B) said...

Ensina o que puderes. São os trabalhos de mãe - essa, dizes bem - margem de erro. Mas deixa-as dar erros saborosos. Rente ao mar, na areia. Um dia as leremos!

 

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