coisas da ibéria
Li, claro, do inquérito tornado público que nos punha todos ao serviço de Espanha. Passei os olhos por ele vivo, português, fervendo-me fraco sangue lusitano com fronteira definida.
Portugal é este chorão de chorar passados, podado, cabelo curto de várias hastes (ramos de seiva que darão liso e carapinha no próximo verão, tantos os sangues somados) com o velho gato aos pés de Salazar e o púcaro de barro das salgadas carnes das caravelas. Dele, um ramo pequeno, tornar-se-á uma vez mais forte não se sabendo o ângulo, apenas lusotropia. E a fronteira está ali na sombra que projecta e a bandeira.
A Espanha é o verde frondoso dos Picos da Europa e da Cantábria, a raiz funda da Catalunha, a sombra do País Basco e o tronco forte da Andaluzia. Dialoga connosco pela Galiza, faz-nos frente por Castilha y Léon. É denso, fortes os ramos como o são as suas distintas pátrias.
Se se dão bem assim um ao pé do outro, partilhando o mesmo sol, a relva europeia e a água disponível, cada um com a sua frescura, para quê perguntar ao chorão descabelado se quer ir a exame à “corporation dermostética” ou à “vitaldent” para ser pinheiro manso - país manso! - integrando uma Ibéria onde, atlanticamente, a lusitana américa, áfrica e ásia não cabem?
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