domingo, setembro 10, 2006

vindima 2006


Contei-vos em Fevereiro da empa e do educar a vida para a liberdade. A vinha estava pronta com todos os açúcares disponíveis e ontem fez-se a vindima. Pouco grau – diz o mostímetro – mas a mesma alegria de sempre.
Vindimar é uma procissão de cestos, sorrisos, conversas em voz alta porque todos vindimamos longe uns dos outros e em voz baixa com cada cepa, a vida e os cachos.

Mosto doce ainda.
Mundo doce vida.

Lavas os pés debaixo da nespereira com a boa água do poço e pisas. Depois haverá o álcool que nos anima. Aqui não interessa a qualidade do vinho, antes a azáfama que nos liga.

A vinha fica num pós-operatório de Setembro. Recuperará para o ano com novos frutos, forte pelo sol e pela nova empa que o tempo trará.

Ficam os melros e as abelhas à toa. Quem comeu, comeu.
Ficam também agora a fileira do tomate, os pimentos, os diospiros, as laranjeiras, as pereiras e os figos a disputar a atenção, enquanto a lenha já arrumada procura nuvens de Inverno e uma lua nova que faça chover.

Os gatos dormem ao sol, desligados disto nas suas vidas clandestinas, excepto o “burrito”, gato preto, pequenito, que andou hoje todo o dia enrolado no pêlo de um lado para o outro. Presumo que seja do Benfica.

Mosto doce ainda.
Mundo doce vida.

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