sábado, setembro 02, 2006

em memória d'O Independente

O Independente foi para mim uma revelação: um jornal podia falar de coisas interessantes sem ser sisudo; podia fazer sonhar, como os livros; podia publicar fotografias malucas e poemas ou mesmo falar de música; em suma trazia-me todas as sextas as coisas que me fascinavam na época e que até então só surgiam impressas no underground (nos fanzines, por exemplo). tenho muitos recortes desses primeiros anos, a maioria à volta de textos de Miguel Esteves Cardoso (que era para mim a face / a escrita mais visível dessa descoberta).

soube agorinha, por este blog e por este, que o Independente acabou (hoje). e fiquei triste, embora já não me lembre há quantos anos deixei de o ler (só sei que foi antes de deixar de ler o Expresso). apesar de tudo, fiquei com pena, como quem lamenta morte de um amigo de juventude que acabou por se perder por maus caminhos e com quem nunca mais nos cruzamos; como se ainda esperasse que um dia, sei lá, pudéssemos voltar a estar juntos.

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