desmesuradas hipóteses
há 2 ou 3 histórias que pairaram sobre a minha vida como hipóteses - desmesuradas -, paixões pacientes e adiadas que nunca foram encostadas à parede. tropeço às vezes nos seus vestígios: cartas escritas em aeroportos distantes, relatos que juraria jamais me terem feito, a letra de uma canção rabiscada com acordes de viola, uma fotografia roubada.
mas depois não me lembro de mais nada. não sei para onde foram e como foi que não chegaram a acontecer, perdidas a certa altura na meada dos anos e dos amores que existiram.
mas depois não me lembro de mais nada. não sei para onde foram e como foi que não chegaram a acontecer, perdidas a certa altura na meada dos anos e dos amores que existiram.
estas histórias guardam o fascínio das coisas que nunca aconteceram e por isso nunca foram envolvidas pelo desgaste dos dias. cobre-as um brilho diáfano e sente-se-lhes o travo (agri-doce) da renúncia.
(escreveu-o Alberto Savinio: "o amor não existe propriamente; é apenas uma grande, uma desmesurada, hipótese")
Etiquetas: Alberto Savinio, amor
1 Comments:
Quantos vestígios mais descobriremos ainda (e se os tenho também) que como bem dizes, - e felizmente digo eu ainda -, não se desgastaram nos dias.
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