quinta-feira, maio 11, 2006

Primeiro as Senhoras


O Mário Zambujal voltou. Excelente. O livro “Primeiro as Senhoras” devolve-me sobretudo aos títulos da “Crónica dos Bons Malandros” e, para mim, o melhor, “À Noite Logo se Vê”.
São personagens ao nível do Molero, do Dinis Machado, nomes fantásticos, vidas quotidianas no mundo da fantasia e de um humor fino e incisivo, crónicas de crónicas, marca Zambujal, lido ontem de seguida sem qualquer resistência.
Deixo um pouco para aguçar o apetite, surripiado à página 14:

“(…) A Marilinha Misse é tentação antiga e silenciosa. O perfeito enlace do físico e do espiritual. Mas o superior encanto dela reside num simples gesto, acompanhado de uma palavra. Mais ninguém, neste universo de cativantes mulheres, tem o mesmo jeitinho de subir a mão pela nossa face e perguntar com a rouquidão no ponto de rebuçado: «Então?» Como outras interrogam «estás bem?», «como vais?», ela deixa deslizar os dedos até se envolverem nos cabelos e sai-lhe: «Então?»
Andei alucinado e faminto. Mas distraí-me. Quando me dispus a participar-lhe a inclinação e algumas ideias acerca do que devíamos fazer com urgência, já o Ripas se desabotoava com ela. Custou-me, mas perdi com ferplei. Nunca saberá que comprei a cama de três metros por dois e meio para a estrearmos em colaboração. Da dorzita de corno só me lamentei ao velho Grafula, campeão de valsas e doutor em provérbios. Que esperava eu ouvir? Lógico: guardado está o bocado para quem o há-de comer. Foi o que ele disse.”

Nada mais digo. Leiam. Primeiro as senhoras.

1 Comments:

At 11:04 da manhã, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

tenho de ler (como se tivesse ficado a vida toda à procura de mais Molero)

 

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