terça-feira, abril 25, 2006

Onde está o 25 de Abril?

Já não deves perguntar “onde estavas no 25 de Abril”, mas “onde está o 25 de Abril”.
A data tornou-se móvel como a Páscoa ou o 29 de Fevereiro. Sei de fonte segura que o 25 saiu da Madeira, tendo sido visto hoje no Marco de Canavezes.
Vasco Lourenço aproveitou a ponte “Salgueiro Maia” (fins-de-semana com tolerância de ponto à portuguesa) e espera o 25 no Algarve.
E há países da América Latina que manifestaram interesse na sua aquisição. Hoje o 25 é data móvel, apetecível.
Sei de outra fonte segura que há um banco numa “off-shore” das ilhas Caimão que apresentou a Cavaco, via Durão Barroso, a compra do 25 de Abril, do 11 de Março e do 25 de Novembro – pacote revolucionário – para os negociar com países do Leste europeu.
O 25 de Abril permite que haja alguns que passeiem pin’s nas ruas com o 13 e o 28 de Maio. O 25 é tolerante.
A Assembleia da República, num acto condescendente, até deu cadeira, micro e salário a um deputado “Manel 25”, expressão da democracia no seu explendor.
A criatividade da RTP estatal, para fixar o agora descontrolado 25, fará como na quadra da Páscoa: enfia-nos neste dia pela tarde dentro “Capitães de Abril” em substituição das “Sandálias do Pescador” e do “Quo Vadis”. Teremos anos disto.

A sorte de Portugal é que cada português, à sua medida, tem o seu 25 de Abril guardado como semente.
Se o Estado o vender às ofertas ditas para correcção de deficit, cada português terá uma semente 25 para lançar ao território. Nascerão cravos, renascerá sempre o meu país:
- onde está o 25 de Abril?

1 Comments:

At 6:49 da tarde, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

na mouche, como sempre, a pergunta certa

não tens aí um Grândola ou algum som mais próprio para a data?

 

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