Caixa de segredos
Agora há as passwords dentro de passwords, como caroços dentro de caroços, Marioskas Bill Gaytes, limites onde se escondem os segredos. Tudo escondemos do que temos a esconder com um prefixo “e-“ (é, traço) qualquer coisa – byte informático!
Permite esconderijos a cartas.pdf, fotos.jpg, músicas.mp3.
E permite “delete”, esse passo efémero contra a memória dos dias.
Do prazer, do verdadeiro prazer, é ir ao esconderijo antigo. Porque as cartas têm de ser palpáveis para bem lidas e sentir-lhes o cheiro do tempo de guardadas em aforro; as fotos precisam de um espaço próprio, escolhido nas mãos para as chegar perto dos olhos e accionar memória; os discos carecem de movimento para os abrir como pães quentes, onde escolhemos do conduto.
- E não há coragem para a tecla “delete”.
Obriga-nos a uma ética de personalidade, de responsabilidade para quem connosco partilhou momentos, mesmo que algumas vezes apeteça apagar da memória.
Tenho essa luta comigo, mas o essencial - o meu essencial - ainda repousa disponível em dois escaninhos de carvalho envernizado.
Tenho essa luta comigo, mas o essencial - o meu essencial - ainda repousa disponível em dois escaninhos de carvalho envernizado.
1 Comments:
e para quando guardarmos de forma indelével a linha do norte? quem sabe fazer isso? para que um delete mais distraído não nos faça sumir na blogosfera.
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