Parabéns, Vasco
Hoje o Vasco G. faz anos. Deixo-lhe aqui os meus parabéns dedilhados na linha. Na mesma viola , que o lembra, pés para dentro e cigarro a pender na boca. Lembro assim o Vasco. Um homem que quis o mundo todo de uma vez e acabou, tardia e violentamente, a aprender a ver o mar com o vagar de quem demarca território na areia. O mar foi maior que ele...
Foi feroz esta luta que o mar teve com este homem que sempre teimou, e quase pareceu conseguir, em fazer as marés. Haja a felicidade de os saber compatibilizados, ou seja, quase enlaçados na vida.
O Vasco era, e é talvez ainda... , um homem muito carismático. Um homem que levava os outros como marés de setembro. Um apaixonante devasso. Um mentiroso lutador. Um homem acabou a ter que se fazer, pedra a pedra, numa nova casa para se caber. O Vasco é um homem especial.
Atravessa-me memórias, desde o tempo de Dornelas e uma carrinha de caixa aberta que nos levava tolhidos de frio pela estrada da serra, até o jeito magro e desengonçado de dançar. Mas sempre a viola, o dedilhar como quem ama ou chora, na guitarra . Pés para dentro, jeito reconhecidamente familiar, e cigarro na ponta da boca.
3 Comments:
Do Vasco há felizmente boa memória. A tua dos pés para dentro e cigarro na ponta da boca... a minha um palhaço feliz que nos animava a vida. Espero que continue feliz, mesmo que tenha deixado de lado as roupagens do palhaço soberbo e os acordes de viola que ainda ouço no cume do Caima, Preces e Mimosas.
A mim, o Vasco lembra-me sempre Coimbra B. Com lágrimas e contigo.
Com algum atraso...mas nunca tarde: um forte abraço e a amizade de décadas já :)
Agudábá!
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