quinta-feira, outubro 23, 2008

Porto Santo

Não escrevi nem telefonei. Decidi voltar. Andei nas areias limpas, afiando aqui e ali os calcanhares nas pedras-pomes, aguçando novos desejos na alma, recolhendo, sim, recolhendo água e iodo com os olhos.
Senti o sal, ouvi do nosso interior dos búzios descendo a escada de madeira do «Pé-na-água» ao fim da tarde, deixando na mesa os bons sabores do bolo de caco e da cerveja coral, pronto, e um pires de tremoços com alho. De um sítio alto guardei uma aguarela com azul e barcos deitados na marola, esperando vento, e outros amigos nas ilhas, que quero acreditar para sempre.

E não me perdi em Porto Santo.
Saltei à Madeira e, lá do cimo do Cabo Girão, percebi o jogo do arrepio, essa vertigem de nos mandarmos para sempre. Mais acima do mapa, do lado de Porto Moniz, vi um Atlântico dormitando nas piscinas naturais, aquoso, azul-cobalto, como se todos os pintores que o pintam lá fossem em romaria lavar os seus pincéis. E vi tudo o que não conto. Que guardei para um dia te contar neste mar à beira-mar.
Carrega nas imagens e vê como eu vi mais de perto.

- Vês o que eu vi?
- Vês? Não demorei!

3 Comments:

At 7:45 da tarde, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

ah, que vontade que dá

sê bem regressado

 
At 1:02 da manhã, Blogger Isabel Victor said...

Belíssimo ...

Bj*


iv

 
At 10:31 da tarde, Blogger Paula Sofia Luz said...

Melhor que o pé-na-água e o celestial bolo do caco só o arroz daquele que não me lembro o nome, na ponta, já isolado. Porto Santo só não devia ser elevado a categoria de maravilha mundial porque perderia a graça. É um pedaço de paraíso, sim.

 

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