quarta-feira, outubro 01, 2008

crescer a caminho da escola

o meu filho, de 10 anos, ao fim de 3 semanas no 5º ano, declarou que queria começar a vir sozinho da escola para casa. há já mais de 1 ano que lhe dizíamos que um dia o faria, quando se sentisse preparado.

guardo comigo, nestes primeiros dias, uma réstea de ansiedade: não só pela natureza humana potencialmente hostil que existe lá fora, mas, mais ainda, pelo trânsito enlouquecido que é o da zona (a escola fica na nossa rua, a cerca de 500 metros de casa, por passeios estreitos e com uma conjugação de semáforos que privilegia os aceleras).

começou por querer vir à hora de almoço, altura em que pode fazer boa parte do caminho com alguns colegas. protegido pelo seu (tão invocado) anjo-da-guarda, logo teve que quebrar a regra "e não dás conversa a ninguém" ao encontrar, primeiro, uma tia e, depois, uma educadora dos seus anos de infantário. ontem quis vir também à tarde. espreitei a sua chegada, ansiosa, à varanda e pude ver como, ao esperar na passadeira, se encontrou com a única vizinha com quem temos relações sólidas. hoje de manhã, face a uma ameaça de atraso da irmã, despediu-se com um "vou indo".

ando feliz porque eu trazia, antes destas, uma ansiedade maior: a de que este filho, hiperatento e profundamente sensível aos climas emocionais e comportamentais, não fosse capaz de dar este salto, não quisesse arriscar esta autonomia.

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1 Comments:

At 7:27 da tarde, Blogger Cristina Gomes da Silva said...

Olá Mónica, embrulhei-me no teu texto pela simultaneidade de sentimentos e situações. Vivo a mesma dualidade com a mais velha: deixá-la voar e confiar e temer que quebre uma asita e que eu não esteja lá para consertá-la. Incontornáveis estas ansiedades de crescimento.
Abraço

 

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