As grafias divergentes
Sou a favor que se integre a palavra num novo acordo ortográfico. Não sou especialista de linguística nem sei se é a palavra exacta. Do que lembro a correr da Carta de Pêro Vaz de Caminha e do rimado de “Os Lusíadas” na pena primeira dos seus autores, estaríamos hoje com um qualquer especialista da NASA a descodificar grafias para perceber a beleza desses textos. A Língua Portuguesa evoluiu, não é um túmulo grego ou latino. O «portuga» deste rectângulo que viveu Brasil, toda a nossa África que me entrou pela família, a Ásia do mercantilismo e que inventa portuñol e franciú, que destaca reclames em Newark e apresenta ementas em português na cosmopolita Londres, merece que reconheçamos esta nova vida da língua. Sim e o Pessoa da Pátria e da Língua e o Caetano Veloso e o Ministro Gilberto Gil e o Mia Couto e o Agualusa e o Aguinaldo Fonseca e o Caetano da Costa Alegre e o Amílcar Cabral e o Luís Cardoso de Noronha e tantos outros, lembrando também a gruta de Camões em Macau, escrevem português importado como nós fazemos pratos com as suas especiarias. Não me revejo nesta opção pelas quantidades. Os 180 milhão de brasileiros é número que baste. Discuto comigo uma outra dimensão: a fonética. Aí, caros amigos, ouvir cantar a palavra com outros acordes, é também uma doçura que me encanta.
2 Comments:
sobre isto (se deve ser a fonética ou a etimologia a comandar a mudança) o P Mexia escreveu bem no seu estado civil
(que activos que nós estamos!)
Li o PM. No essencial até concordo. A fonética parece ser a questão. O Mário Soares diz que são «guerras de alecrim e manjerona».
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