As boas luzes
Tenho boas memórias das serras. As minhas serras, porque me lembram sempre boa gente. E que fazer das gentes desta serra onde hoje pernoitei, que dizem morta nas estatísticas, quando nos recebem e partilham todos os segredos das suas alegrias? Esta noite, ali no Vale do Boi, lembrando o Ti Carlos, havia gente viva, que a propósito de uma inauguração juntou as mãos desatadas, aconchegou o frio com xailes e boa fogueira de oliveira, pôs mesa farta como um altar de Páscoa, brindando-nos como se fossemos deuses maiores a propósito de um subsídio atribuído. Amanhã logo pela manhã há trabalho. Recolhem à cicatriz da vida, desmontada a festa. Este Portugal está vivo, ainda que no Terreiro do Paço já estatisticamente combalido.
1 Comments:
beijinhos aqui da vila que não é vila, nem é nova e das fontes nada sabe
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