verão feliz
O mundo abriu-se em fenda em Agosto e das águas quentes, nasceu. Como um mar para reinventar. O verão tornou-se mais feliz. Faz hoje dez anos.
Já escolhi os livros. Já comprei um volume de tabaco. Já fiz as malas. Deixei-as prontas ontem que hoje o dia é de festa, de arrumo, de deixar recados espalhados nos lugares da casa que M vem habitar. Os livros a fingir a ordem, os papeis colados pelos armários com indicação do conteúdo… afinal tenho que lhe simplificar o exercício de respirar esta casa. O cheiro a iodo e sal, só às vezes e depende das marés. Vento, sempre em Agosto.
Já fiz a mochila. Fica em casa à espera do regresso e da partida na madrugada seguinte, da pequena R, que vai de comboio para o campo de férias.
Vou deixar as malas á noite no carro para restar para amanhã apenas o acordar, o cheiro do café forte e a volta no trinco. A estrada.
Preciso de fugir do mundo. Preciso de estar do outro lado. Preciso do vagar completo dos lugares estranhos. Preciso da descontinuidade. Preciso de morrer de Lisboa.
Amanhã não sabemos onde ficamos. Pararemos onde o mundo nos chamar. Dormiremos escondidos. Depois vamos apanhar o mar a norte, vamos arear entre San Sebastian e Biarritz . Vamos inventar romances em elegantes e decrépitas estações balneares. Eu ando a ler “ Kafka à beira-mar “ e alguma cadeira de lona me espera… temos duas noites vadias até chegarmos, segunda-feira, à casa grande na vinha francesa.
A casa fica no meio da vinha, no silêncio do campo, e cheira intenso a lavanda no lado norte da casa. A semana do vagar e do vinho. Dos livros e do bilhar à noite, do calor da terra a estalar e da uva a pintar. Do ruído da criançada misturado com o vento. De lá escreverei porque levo só duas tarefas para cumprir: organizar as fotografias das crianças e passar a papel as histórias que inventamos juntas enquanto choveu.
Já escolhi os livros. Já comprei um volume de tabaco. Já fiz as malas. Deixei-as prontas ontem que hoje o dia é de festa, de arrumo, de deixar recados espalhados nos lugares da casa que M vem habitar. Os livros a fingir a ordem, os papeis colados pelos armários com indicação do conteúdo… afinal tenho que lhe simplificar o exercício de respirar esta casa. O cheiro a iodo e sal, só às vezes e depende das marés. Vento, sempre em Agosto.
Já fiz a mochila. Fica em casa à espera do regresso e da partida na madrugada seguinte, da pequena R, que vai de comboio para o campo de férias.
Vou deixar as malas á noite no carro para restar para amanhã apenas o acordar, o cheiro do café forte e a volta no trinco. A estrada.
Preciso de fugir do mundo. Preciso de estar do outro lado. Preciso do vagar completo dos lugares estranhos. Preciso da descontinuidade. Preciso de morrer de Lisboa.
Amanhã não sabemos onde ficamos. Pararemos onde o mundo nos chamar. Dormiremos escondidos. Depois vamos apanhar o mar a norte, vamos arear entre San Sebastian e Biarritz . Vamos inventar romances em elegantes e decrépitas estações balneares. Eu ando a ler “ Kafka à beira-mar “ e alguma cadeira de lona me espera… temos duas noites vadias até chegarmos, segunda-feira, à casa grande na vinha francesa.
A casa fica no meio da vinha, no silêncio do campo, e cheira intenso a lavanda no lado norte da casa. A semana do vagar e do vinho. Dos livros e do bilhar à noite, do calor da terra a estalar e da uva a pintar. Do ruído da criançada misturado com o vento. De lá escreverei porque levo só duas tarefas para cumprir: organizar as fotografias das crianças e passar a papel as histórias que inventamos juntas enquanto choveu.
3 Comments:
percebo-te. ficar, nas férias, sabe a outra coisa qualquer. boa, mas outra coisa. boa viagem e obrigada por tudo.
Boa viagem, H. Tão apetecíveis o vosso destino, os dias que vos esperam!
beijos
este texto, essa viagem!:)
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