1 Ciúme
Um amigo foi a um casamento com ciúme. A noiva do acto rodou-lhe nos braços toda a sua juventude e, um dia, saltou-lhe da órbita como um comboio dos carris. Estacionou em outro homem e, disse o meu amigo ciumento, «Deus queira que ainda me queira!»
Disse também que há dias em que não é ciumento, porque é mentiroso; e ainda disse que o ciúme é como uma pilha Duracell; e ainda disse que os homens de ciúme são os que têm tensão baixa; e ainda disse que gosta dela e que reza todos os dias para que o noivo morra de ciúme quando o voltar a ver a rodá-la como o sol faz ao girassol; e ainda disse que daqui a cinco anos a desafiará para fiar outra vida; e ainda disse que ela tem uns olhos azuis como o mar na finisterra; e ainda disse que quando lhe der na veneta, lhe encomendará um anel de noivado e um par de brincos ao Zé Petinga, dourados, feitos das caricas das cervejas que consome no seu ciúme e o comboio voltará à ordem dos carris.
E ainda me disse: « não te estendas, porque já bebeste mais do que as minhas grades de cervejas!»
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