segunda-feira, agosto 06, 2007

Caminhos do Verão

Acho que agora acordamos para o Verão dispostos como as andorinhas mais velhas, que da Primavera já viram tudo. Se tínhamos plano, cumpra-se! Se não temos, risca-se ainda a aventura:
subir ou descer o país, galgar fronteira, ou dar duas voltas ao espaço de nós próprios com tempo suficiente para ver o que não vemos no dia-a-dia dos dias.
É uma metamorfose. A pele que cai pelo calor e se renova como as folhas. O tempo que ancora tempo. Um relógio aliviado por falta de ponteiros.
Assim, o Verão é às vezes bondoso como uma mãe e quente como um chá. H põe o chapéu azul e desenha memórias na sua sombra junto aos pés. M rouba ao mar dunas de areia escondidas nos livros, entre olhares atentos aos filhotes que se divertem na maré. Ambas têm um sorriso novo. Ambas conheci quando eram andorinhas novas. Quem não anda nesse passo de passar, sabe que nele andamos pela raiz do sorriso, que ganhámos nos sítios onde fomos Verão, andorinha velha.
Lembro-me, por exemplo, de uns olhos que me regressaram felizes, coloridos um dia nos «godés» das tinturarias marroquinas.


1 Comments:

At 11:02 da manhã, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

and living... not easy (como já ouvi numa versão qualquer

 

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