Stalinismo socrático?
Tenho por experiência de trabalho, defendido, que a museologia deve pertencer aos territórios onde se insere e, modelo de gestão, ser participada com direito de opinião pelas suas populações e instituições livres e democráticas que nesse terreno as representam.
No pós 25 de Abril, as iniciativas museológicas de matriz municipal, entre outras de iniciativa territorial, são verdadeiros exemplos da boa gestão de recursos humanos e financeiros, tendo na sua rosa-dos-ventos as setas preservação e qualidade. Ou outros, pedras parideiras do Terreiro do Paço desde o antigo regime, são asilos apenas.
Este Portugal centralista de museu, usa e abusa do património. Extorque-lhe a receita como questor romano e decide arbitrariamente sobre a sua gestão e as suas gentes como uma prostituta decide dos seus clientes.
Dalila Rodrigues foi assim afastada da Direcção do Museu Nacional de Arte Antiga. Nem a conheço, ouvi pela comunicação social. Vi-a, sensível mas firme, na SIC Notícias com um olhar que só nasce nos olhos de quem tem tarefa cumprida. A Ministra escondeu-se na praia e mandou dizer pelo mandador do Instituto dos Museus e Conservação, Manuel Bairrão Oleiro – pelo nome, pés de barro! – que tinha acabado a sua comissão de serviço. O putativo sucessor já tem nome. Não o digo para não o envergonhar. É, vindo do Museu Nacional do Azulejo, mais um ladrilho do regime, coisas que não aconteciam com Carrilho.
Começando a avolumarem-se casos desta jaez, onde anda e o que pensa Josef Sócrates Stalin?
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