Folk e Rancho Folclórico
O Folk é audível e coreográfico porque é estrangeiro. Há melodia única, cantares que não percebemos e deles gostamos, vestes regionais, um ou outro instrumento que ouvido uma vez nos diminue a ignorância. Lembro-me sempre disso quando vi e ouvi uma vez, na festa do Avante, “O Mistério das Vozes Búlgaras”.
Versão estrangeira:
O Rancho Folclórico é audível e coreográfico porque é português. Há melodia única, cantares que não percebem e deles gostam, vestes regionais, um ou outro instrumento que ouvido uma vez lhes diminui a ignorância.
A minha avó paterna nada sabia de Folk (o avô americano sim!), gostava de Ranchos e sonhava ver-me um dia dançar no tablado. Deu-me para o futebol a força da juventude e, no tablado, uma ou outra actuação em teatrozinho de cordel. Ranchos nunca, ó ti Cremilde, não sabendo ainda hoje, medida que está parte da vida, dizer porquê!
Porque não me entusiasmo com as tardes do folclore à portuguesa, não quer dizer que as não consiga ver e ouvir à distância com que se olha a floresta. Respeito-as como a versão estrangeira. Procuro-lhes a alegria que alimenta aquelas gentes, transmitida de geração em geração como um segredo dos deuses no desenhar das danças, nos sons da concertina, nos translúcidos momentos em que o amor ganha contornos à simples indicação dos pares para a tarefa. E as vozes dos mandadores. E o vinho sempre presente entre os homens e os brincos, o ouro e os bordados nos peitos cheios das mulheres. Aos miúdos cabe-lhes a continuidade do saber como os primeiros pássaros. Chegarão ao copo. Chegarão ao ouro dos cordões. Chegarão ambos aos translúcidos momentos em que o amor ganha contornos. Por enquanto, divertem-se à volta das cores e das multidões e vão conhecendo mundo nas digressões.
1 Comments:
Ai, a Afurada ...
um dos meus lugares. Gostei
:)
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