sábado, maio 12, 2007

Find Maddie

Mensagem a Deus
Assunto: Find Maddie
C/C a N. Sra. de Fátima

Se, por absurdo, acreditasse e tratasse Deus por tu, exigiria resultados como numa conversa de café. Sei apenas que existe pelo caminho dos dias, no rasto arrastado de centenas de peregrinos que comigo se cruzam a caminho da Fátima Mariana, crentes nessa divindade que, a tempos, pensamentos noite dentro, irritado e copo disponível, apenas trato por «ó meus Deus!», quando me lembro das duas vezes que te perdi.

Assim me existe e com ele também monologuei no risco de um relâmpago na manhã em que tive consciência da minha claustrofobia, primeira perturbação de pânico, muito próximo da sua casa, a dez mil pés num avião.

Se a menina fosse portuguesa e os seus pais sem o peso específico da promoção “ALLGARVE”, teria por ti mais dificuldades de empenhamento, influenciar a polícia, chamar peritos, you know. Mas já que falas todas as línguas e se existes e exerces todos os poderes que às divindades se conferem, tens um bom número para fazer: vai à igreja da Luz, junta nas tuas mãos toda a energia do universo e entrega a miúda aos pais no 13 de Maio de Fátima. Quarta aparição. Quarto segredo. A instituição Igreja, como compreendes, agradece. O Papa, em abrasileirado, convenceria com isso a proposta da Concordata ao Lula da Silva. Dava jeito à beatificação dos pastorinhos e à Igreja Anglicana. Mas quem agradeceria mesmo do coração seriam os pais se culpa no acto não tiverem e eu, irritante laico para contigo, pediria depois, já crente, uma terceira hipótese para a voltar a ter, duas vezes depois de a perder.

6 Comments:

At 12:52 da manhã, Blogger Mónica (em Campanhã) said...

sabes, não consigo pensar nesta menina, nesta história, neste horror. sempre que começo apaga-se-me o ecrân dos pensamentos, surge um buraco-negro, tudo me foge. não sobrevivo a esta ideia.

 
At 1:35 da manhã, Blogger David (em Coimbra B) said...

Porque és mãe... e disso eu não sei nada!

 
At 9:29 da manhã, Blogger Maria said...

Entregue e viva. Mas penso no que será para essa menina o seu futuro depois disso! Desculpem mas só me apetece chamar-lhes a todos passado/presente/futuro de "cabrões".

 
At 2:30 da tarde, Blogger Cristina Gomes da Silva said...

É mesmo assim como disse a M, não se sobrevive a esta ideia. É a vertigem do mal absoluto

 
At 10:23 da tarde, Blogger Helena (em stª Apolónia) said...

M... nesta história são inúmeras as vezes que penso nos nossos amigos que tantas e tantas vezes deixaram os filhos assim a dormir, sós em casas outras. Que pensarão eles desta história ? como a sentirão ? que espécie de analogia farão ? é uma curiosidade adicional, que tenho.

 
At 12:38 da tarde, Blogger one woman said...

Eia a primeira oração de um(a) agnóstico/ateu(?) que me comoveu. Assim como também me comovem os comboios e me corroem as linhas férreas abandonadas.

 

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