ao desafio
e a mim apetece-me dizer bem de amigos imperfeitos (beber um copo com eles). dos aguaceiros ao fim da tarde, dos arco-íris e dos melros exortando o Verão. dos vizinhos: dos da varanda ao lado de onde em certas noites vem um cheiro de charro; dos de baixo que, em dias de sol, esfregam longamente o terraço num ruído fresco de água e de vozes de mulher; dos estudantes do andar de cima, que no princípio de maio desprendem de si a memória de todas as minhas queimas. dizer bem da (minha) igreja, da (minha) escola, da (minha) família, do (meu) casamento. do pão, do sangue, do trabalho e do sono. do futuro, do tempo que passa. da receita de carne com queijo emmental para logo à noite e do vinho morno que já sinto a envolver as conversas. das crianças aos gritos na varanda, das aguarelas que lhes saiem dos dedos, da verdade que trazem na boca. do fio do horizonte confundindo-se com um fio de navalha, de murros secos no estômago e de quem pensa com a própria cabeça.
não me provoques, JPN, que ao desafio fico aqui a tarde toda.
Etiquetas: escrita
2 Comments:
eheheheh! Boa! Mas não passaste, :)...
A linha é um dos sítios perfeitos para falar de amigos com amigos.
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