da vida, da morte II
falamos de tantas coisas, quando falamos de vida: de plantas, de animais, de pessoas, de células (rudimentares ou diferenciadas, cancerígenas ou precursoras de mais vida), de embriões de 10 semanas, de fetos de 30 semanas, de um bebé que nasce. mas falamos de menos coisas quando falamos de morte, do que nos morre.
uma gravidez que termina espontaneamente nas primeiras semanas (o que se crê que acontece em cerca de 20% de todas as gestações), muitas vezes nem é notada. se eu perco um bebé às 10 semanas, posso chorar, posso dizer "foi a natureza a fazer o seu trabalho" ou até que "Deus não quis". mas nunca direi que me morreu um filho. a minha mãe nunca chorará ter-lhe morrido um neto.
(a própria linguagem técnica distingue as várias vidas, em função da sua morte: dizemos primeiro "gravidez não evolutiva", “abortamento”, para algumas semanas depois dizermos “morte fetal in utero”)
há vida de uma forma diferente quando nos morre um filho (essa dor atroz que não desaparece jamais).
1 Comments:
Domingo é dia do SIM!
Enviar um comentário
<< Home