une journée grise...
(jorge molder)
Une journée grise... pouso devagar no vagar. Como quem já quase não sabe a memória de sentir vagar. É inverno. Estive no fim de um livro bonito “ cemitério de pianos” e antes disso tive uma fractura de tempo. Fiquei sem osso.
Sento-me entre a porta da casa e o inverno. Acendo o cigarro. Ainda não sei que outro livro começar, dos muitos empilhados na mesa. Quero só ficar quieta e ouvir o frio para e fugir desta sensação de ter deixado acumular o caos. De repente, a casa como a vida, parecem-me invadidas pela desordem. Uma desordem acontecida de ausência mais que de falta de ordem. Não estive e a casa, como a vida, ficaram entregues ao tempo e ao frio que foi entrando pelas frinchas. Parece-me agora que necessito de uma eternidade para voltar a arrumar tudo... para voltar a criar nova ordem sustentável e vivenciada. Parece-me uma eternidade que não tenho essa a que necessito.Nesta vontade que brota súbita e violenta não há bocados, não há partes, não lugares. É uma vontade de tudo.
Por isso lhe virei as costas e me sentei entre a casa e o inverno. Não me concedem nenhuma eternidade nos próximos tempos, pelo que será impossível a vontade de criar a ordem. Na casa como na vida.
Quieta.
1 Comments:
Bemvinda, mesmo ferida, que não nas palavras! BTL?
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