segunda-feira, janeiro 08, 2007

Direitos dos fígado

Para DA

Porque o telefonema de hoje me diz que continuas vivo e a escrever bem do essencial! Mas já agora que te rendeste aos prazeres do comboio, fácil acharás o caminho na linha para Coimbra B, para discutires comigo no trabalho dos nossos fígados sociais (um copo e um pratinho de iscas, sim, a molhar no pedaço de broa!) que «ter fígados» é mais minucioso que «ter tomates». É de dentro, da idiossincrasia, não exposto apetrecho pendular, um outro apêndice alinhado com a coluna vertebral.

«Ter fígados» significa ter cabeça própria, encaixar, perdoar e manter coluna suficientemente direita para saber da cabeça no seu sítio, andar alto e disponível, combatendo a plasticina de outras vidas de sucesso efémero.

Estes, que não nos podem degustar a sapiência do miolo - peões de xadrez do tabuleiro político, errados errantes e, por desespero, actores renunciados por lábios de mulher! - teimam em acertar-nos os passos c’o velho murro no fígado, ali à beira dos rins, a zona mais alta dos corpos onde nos conseguem imaginariamente chegar.

Muitas vezes também a zona mais frágil onde activos lhes dizemos não!:

- o fígado, por desprezo, esse nosso descuidado ganha-pão!


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